domingo, 15 de outubro de 2017

Reclamação sobre o atendimento do Itaú - Contratação e Cancelamento

No início do ano - não me recordo a data certa - uma atendente do Itaú me liga, oferecendo o Seguro Fatura Protegida: essa proposta me ressarciria um determinado valor, caso meu cartão fosse roubado junto às minhas coisas, entre outros aspectos. Ouço a pessoa falar todas as condições, apenas falando "uhum", "sim", "claro", mas não tenho interesse em contratá-lo.

Quando digo "entendi", ao que ela havia me proposto, a atendente fica muda por quase um minuto. Depois desse tempo, me diz que o seguro foi contratado com sucesso e viria creditado o valor acertado na próxima fatura do cartão de crédito. Eu, confuso, logo questionei e disse não ter interesse, mas me foi respondido que não havia nada a ser feito naquele momento, pois a operação ainda está sendo processada e eu só poderia cancela-la no próximo mês.

Com raiva, me conformei e acabei deixando o seguro por mais algum tempo. Após alguns meses, refleti que não precisava pagar por aquele serviço e liguei ao SAC para cancela-lo. Depois de fornecer vários dados para a confirmação de que era realmente eu, o titular do cartão, do outro lado da linha, informo a atendente o que desejo. Por três vezes, ela tenta me convencer do contrário, dizendo que o preço a pagar pelo seguro é mínimo e que tenho várias vantagens etc. Entendo ser o trabalho dela, ouço mas continuo firme na minha posição.

Até que ela retruca: "Se quer cancelar, então por que contratou, em primeiro lugar?". Explico, com um misto de indignação, raiva e cansaço - há quase 10 minutos no telefone - o que aconteceu no momento da contratação e que havia mudado de ideia e não queria mais continuar com o serviço.

Ela fica muda - ao que parece, uma característica da equipe de atendimento do Itaú. Digo "alô" por diversas vezes, sem obter resposta. Até que "o seguro está cancelado".

Estressado, peço pelo número de protocolo - o que não faço, geralmente, mas nessa situação, com a má vontade da pessoa que me atendeu, quero me certificar de poder reclamar caso desse algum problema:. "Já te deram no início da ligação", grosseiramente. "Não me deram, não". "Então, é porque não tem", conclui, de modo ríspido. Eu, já sem paciência, deixo passar e me despeço da atendente.

É muito curioso como, para contratar um serviço, a ligação dura menos de 5 minutos e a atendente não confirma se eu realmente gostaria de aderir ao seguro: um simples "entendi" - dúbio, pois se referia a compreender o que ela estava me propondo e não a afirmar que queria o serviço - serve; mas para cancela-lo, preciso confirmar vários dados, quase lutar, num cabo de guerra verbal, para que a pessoa do outro lado "aceite" que eu não desejo mais ter o seguro e ainda sou obrigado a ouvir uma voz grosseira e má educada, contestando uma decisão que eu tinha todo o direito de escolher.

Curioso não é bem a palavra: acredito que o termo certo seja inadmissível. Não pago minhas taxas, anuidades e afins para me sujeitar à pessoas mal treinadas ou que despejem sua irritação pessoal em clientes que nada tem a ver com isso. Não acredito ser o primeiro e duvido que serei o último a questionar a qualidade do serviço de atendimento do Itaú. Uma porcaria, isso sim.

sábado, 23 de setembro de 2017

Memórias Póstumas de um Século de Grandes Acontecimentos

Filme: Nós que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos
Direção: Marcelo Masagão
Duração: 73 minutos
Ano: 1998
País: Brasil
Gênero: Documentário

Sinopse: Um filme-memória sobre o século XX, a partir de recortes biográficos reais e ficcionais de pequenos e grandes personagens que viveram neste século.

[ANTES DA RESENHA: Voltei, gente. Vou tentar alimentar esse blog com mais resenhas e outros tipos de textos meus]

Resenha: Acredito que seja necessário um nível elevado de maturidade, tanto de quem produz, quanto de quem assiste Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos. Por se tratar de um filme intertextual, não linear ou cronológico, gerado com 95% de imagens pré-existentes e com propósitos nem sempre tão claros, muitos desistem do longa logo nos minutos iniciais. O que, agradecidamente, não aconteceu comigo. 

Repleto de contrastes, cores fortes, sons agudos e graves que traçam caminhos que aparentemente nos levam a lugar nenhum, esse documentário é mais do que uma grata surpresa do cinema brasileiro. Sem personagens, depoimentos ou mesmo narração, é poético, profundamente sensível, grandioso e bipolar. 

Sim, bipolar. Em poucos instantes, vamos de um campo de guerra para o território inimigo, aterrissamos na Lua, enquanto mulheres em Terra fumam seu primeiro cigarro e têm seus maiôs medidos pela “censura”. Como notam, caminhamos da mais pura felicidade ao mais terrível dos horrores. E o mais incrível é que em nenhum momento o diretor generaliza os indivíduos que ajudaram na formação desse século dos extremos. Como ele mesmo faz questão de ressaltar, cada homem que lutava na guerra tinha um nome, uma história. Um gostava de Coca-Cola, o outro era gay, aquele tinha uma namorada a sua espera. Não há massificação. Todos, estando aos extremos ou não, foram imprescindíveis.

Não há apenas guerras. Existem conquistas, arte, reflexão. Não há apenas pessoas. Existem monstros. Hitler, Mussolini, Stalin, Salazar. Existem fatos que eu acreditava que somente viviam nas páginas dos livros e na imaginação de autores como Ray Bradbury em “Fahrenheit 451”. 

Acima de tudo o que eu já disse no parágrafo anterior, há muita história, seres humanos corajosos e muito, mas muito cemitério. Pode até parecer engraçado, mas ao término do documentário, faz mais do que muito sentido: É algo quase óbvio. E tocante. 

O que o século passado fez por nós? Ao fim desse filme nada convencional, obtemos a resposta: Ele praticamente talhou o que somos e o que fazemos hoje. 

“Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz.” Considero que esse homem feliz seja cada um de nós, ao menos um pouco, após contemplar essa pequena obra de arte pouco conhecida que é Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos.

sábado, 29 de setembro de 2012

Amando odiar

O que você odeia? Isso, aquilo, aquilo outro...

Mas o que você realmente odeia? 

Desde a hora em que acorda até a hora em que vai dormir, o que te tira do sério? 

O que te faz querer morrer? 

O que te deixa pê da vida?

Bom, aí vai o que eu odeio. E não é um "ai, eu odeio acordar cedo, nhé, nhé, nhé", porque isso é coisa de adolescente mimado (na verdade, eu sou adolescente e um pouco mimado, então me desculpem se algo como o exemplo acima citado aparecer no meu texto. Foi mais forte do que eu). Mas o meu caso é sério. Vou dizer o porquê no final.

Odeio quem mastiga de boca aberta ou faz sons ao comer. Odeio quem requenta a comida até não poder mais. Odeio quem não vê quando a comida está estragada. Odeio quem ri alto. Odeio quem espirra baixo. Odeio quem fala alto. Odeio quem fala baixo. Odeio quem cospe enquanto fala. Odeio quem fala palavrões sem motivo aparente. Odeio pessoas lesadas. Odeio pessoas dadas a espertinha. Odeio pessoas que não sabem do que falam e ainda querem discutir. Odeio pessoas irritantes. Odeio pessoas que abaixam a cabeça para tudo. Odeio quando os computadores travam. Odeio hipocrisia. Odeio dramáticos. Odeio modinhas. Odeio vozes agudas. Odeio os que pagam de ricos, mas não tem onde cair vivo (porque morto cai em qualquer lugar). Odeio os egoístas. Odeio os metidos. Odeio as putas. Odeio o medo. Odeio a covardia. Odeio a falta de coragem. Odeio a falta de esperança. Odeio o pessimismo. Odeio as guerras. Odeio a burrice. Odeio a prepotência. Odeio a falta de cultura (onde há muitas condições de se ter uma boa). Odeio a futilidade (um dos meus principais ódios). Odeio o vestibular (só durante esse ano). Odeio a falta de criatividade. Odeio sentir dor. Odeio dinheiro gasto em coisas erradas. Odeio a obviedade. Odeio dublagem malfeita e por isso, odeio filmes dublados. Odeio quem admira filmes horríveis. Odeio quem repudia filmes maravilhosos. Odeio as letras de músicas sertanejas. Odeio a morte. Odeio a vida (mas não odeio viver). Odeio a falta de compreensão. Odeio a fome. Odeio a sede. Odeio o ronco. Odeio que existam vítimas. Odeio que a sociedade crie a desigualdade e, assim, os criminosos. Odeio garotas que só falam de garotos. Odeio garotos que só falam de garotas. Odeio a falta de amor. Odeio o não-patriotismo. Odeio o nacionalismo exacerbado. Odeio os cheiros ruins. Odeio as fotos mal tiradas. Odeio a dúvida. Odeio a incerteza do futuro. Odeio a intolerância. E de novo, a falta de coragem, a ignorância e a futilidade.

Resumindo: Eu odeio as pessoas. 

Probleminha meio grande esse meu, não é?! 

E o pior não para por aí.

O pior é que muitas dessas coisas que eu odeio...

estão presentes em mim.

domingo, 23 de setembro de 2012

Ignorantemente indignados

Não há vergonha maior do que a de morar em um país onde os crimes são praticados por homens de terno e gravata e mulheres cultas. Estes trabalhando em órgãos federais, que deveriam assistir o povo, mas que servem de palco para delitos tão graves quanto os cometidos pelos bandidos da nossa realidade. E que depois de um certo tempo, deixaram de nos indignar. Então nos vêm a pergunta: Votar, ato cívico e ético, ainda é necessário? E se a resposta for positiva, será que realmente importa de alguma coisa?

Um dos meios mais democráticos de cidadania vem se tornando, de acordo com o próprio povo, obsoleto e ocioso. Opinião que não deve ser levada em consideração, pois são essas mesmas pessoas que escolhem seus governantes de acordo com favores, dinheiro ou simplesmente por falta de opção. Essa dita escassez de escolha somente acontece pela ignorância e pela preguiça em analisar meticulosamente cada candidato.

Muitos literalmente lutaram, na época da ditadura, pelo voto direto. E como tudo o que a geração atual não precisou batalhar, há um desperdício desmedido, que resulta em figurados maus tratos em relação a uma população que sequer sabe o qual é a incumbência de seu representante.

As questões iniciais, portanto, têm suas respostas afirmativas. Só é necessária uma população consciente que escolha de modo correto. E para que esse grupo esclarecido de indivíduos não se torne algo utópico, é essencial que parta deles próprios inquirirem, discutirem e optarem pelo melhor, não apenas egocentricamente, mas pelo bem de toda uma comunidade que é dependente de seus líderes para que ocorra uma coerência no que é exigido pela população e por eles, cumprido.